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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O mercado atual de virtualização e as perspectivas para os próximos anos

Uma das conseqüências dos incidentes terroristas de 11 de setembro de 2001, em Nova York (EUA), foi a mudança de visão por parte das empresas sobre suas estratégias de proteção de dados. As companhias estavam desprevenidas e não contavam com a perda de valiosas informações de negócios e com a ameaça contra sua própria sobrevivência. E como ninguém deseja correr riscos, o tema continuidade de negócios passou a merecer atenção especial dos gestores de tecnologia.

Manter um Business Continuity Plan passou a ser algo fundamental, de fato. Algumas empresas optam por uma estratégia definida por áreas para garantir recuperação total de seus dados estratégicos diante de qualquer contratempo. Para algumas organizações, a continuidade de negócios é vista como um organismo. O gerenciamento de riscos e os processos apontam o que é preciso para o prosseguimento das operações e isso é feito gerando avaliações e revisões que atualizam o plano de continuidade conforme as necessidades atuais do negócio, que podem mudar de ano para ano.

 

A necessidade de continuidade, associada às novas regulamentações exigidas principalmente das instituições financeiras, como Sarbanes-Oxley e Basiléia 2, reforça a necessidade de gestão de risco, tornando-a mais eficiente e transparente. E nessa transparência entra o processo de armazenamento, que deve manter acessíveis os dados da empresa. Mas como os dados não estão armazenados de forma linear no mesmo lugar, é preciso ter um mecanismo para encontrá-los, em caso de necessidade. E, por vezes, não é possível esperar vários dias para localizá-los. Então, entra em cena a solução de Virtualização, que proporciona uma visão holística do armazenamento. Portanto, trata-se de uma decisão fundamental para as empresas, tão importante que os fornecedores, antes concorrentes, se unem para oferecer soluções completas para atender necessidades de transparência, continuidade de negócios e aumento das informações, em forma de parcerias, fusões ou aquisições.

Tudo sob demanda

A evolução dos processos corporativos conduz necessariamente a uma reorganização física e lógica dos recursos dos sistemas de informação. Por exemplo, no caso da IBM, o e-business dá lugar ao e-business on demand. Na HP, ao adaptative enterprise, na Sun, ao N1 (NetworkOne), enquanto na Computer Associates, a expressão usada é on demand computing. Trata-se de termos, simultaneamente, de marketing, técnicos e estratégicos, mas com algo em comum.

O ponto de união entre eles é dispor de recursos tecnológicos, de acordo com a necessidade da empresa, alinhando os sistemas de informação à visão estratégica das companhias. Para trazer esses conceitos à realidade, as empresas são convidadas a abandonar as infra-estruturas verticais (preconizadas por todos esses fornecedores durante muito tempo), organizadas por silos (aplicação com os seus servidores e o seu armazenamento) mais ou menos independentes. A idéia é passar para infra-estruturas baseadas em recursos virtualizados, que podem ser partilhados por todos os serviços e aplicações.

De igual modo, as soluções de administração devem poder otimizar de forma dinâmica a utilização desses recursos, realocar instantaneamente aqueles que são subutilizados, inserir automaticamente um servidor suplementar numa família de servidores e apresentar as aplicações como serviços. Em outras palavras, não se trata de uma mudança rápida. Além dos tradicionais softwares de administração (sistemas e redes, entre outros), um ambiente sob demanda passa pela implementação de ferramentas que assegurem um melhor conhecimento da relação entre a atividade da empresa e a sua infra-estrutura de informática.

Essas soluções têm como alvo a definição dos processos críticos das empresas, a visualização dos componentes implicados (aplicações, middlewares, servidores, armazenamento e rede), a detecção pró-ativa dos problemas de funcionamento, a correlação dos diferentes alertas e a automatização das correções necessárias, de acordo com uma base de conhecimento. No entanto, o campo de ação desses softwares é limitado com freqüência pela sua incapacidade de gerir diretamente os recursos.

Novos investimentos

Em pesquisa da IDC, em 2010, com 782 empresas brasileiras, o nível de satisfação com a base instalada de hardware e software de segurança, sistemas de storage e softwares de gerenciamento de sistemas mostrou-se como um dos mais baixos na pesquisa. Esse resultado reflete novos investimentos em capacidade de TI, que acabam por gerar uma série de pequenas ilhas de sistemas, difíceis de controlar, gerenciar e proteger.

Quanto aos desafios e preocupações atuais dos CIOs em relação à infra-estrutura de TI, a IDC observou que há uma apreensão crescente com a escalabilidade e com os custos de gerenciamento e manutenção para garantir alta disponibilidade, performance e agilidade dos equipamentos, aumentar o controle sobre a infra-estrutura sem, no entanto, ampliar a equipe de manutenção e gerenciamento e os custos.

Além disso, é preciso crescer a segurança dos dados críticos sem elevar os custos das informações armazenadas e, finalmente, ter como parceiro um Full Service Provider de infra-estrutura, ou seja, aquele fornecedor capaz de prover soluções de hardware, software e serviços.

Em relação ao storage, a IDC divulgou, no começo de 2007, sua previsão para o ano: a infra-estrutura de TI na América Latina estaria caminhando para o modelo de Dynamic IT: 2007 seria o ano de educação quanto à virtualização, não apenas na América Latina como em todo o mundo. De acordo com a IDC, aprender a aplicar melhor sua infra-estrutura de hardware, software e serviços seria a meta das empresas da região em 2007.

Uma das empresas que está investindo em virtualização é a própria IBM. A companhia trocou, em 2007, 4 mil servidores de pequeno porte por 30 mainframes Linux, rodando máquinas virtuais. Com a mudança, economizou 250 milhões de dólares em despesas de manutenção e de consumo de energia. Os servidores físicos que serão substituídos por máquinas virtuais estão localizados em seis data centers em vários países.

Os equipamentos usados ocupam um espaço de quase 2,5 milhões de metros quadrados, o que equivale a 300 campos de futebol, somadas as áreas de todos os terrenos. Essa iniciativa faz parte do plano da IBM de dobrar sua capacidade de armazenar dados até 2010, mas sem usar mais energia elétrica, nem aumentar a emissão de carbono na atmosfera. Com os novos espaços, a empresa quer melhorar a logística dos prédios, alterando inclusive sistemas de iluminação e de ar condicionado.

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